02 junho 2010

Seminário privilegia momento cultural

No último dia 27 de maio, prestigiamos no Teatro Governador Pedro Ivo, A célebre obra "A Paixão Segundo São João", de Johann Sebastian Bach. Foi um momento em que elevamos nossos olhares e ouvidos para este mistério tão importante da nossa fé. A arte é uma  formas previlegegiada de aproximarmos o Evangelho a pessoas. Foi isso que vivenciamos neste dia, o encontro de nossas almas com Deus pela arte musical.
A Paixão segundo São João BWV 245
Johann Sebastian Bach (1685 - 1750)
Uma das obras máximas da música religiosa e obra-prima do Barroco, a Paixão Segundo São João BWV 245 é uma das duas paixões completas de Johann Sebastian Bach, e chegou aos nossos dias juntamente com a Paixão Segundo São Mateus. Escrita durante o primeiro inverno em que Bach trabalhou em Leipzig, teve sua estreia na Sexta-feira Santa de 1724, na Igreja de São Nicolau em Leipzig, num contexto onde não existiam ainda lugares públicos para apresentações musicais, e onde toda música sacra era composta para ser executada na igreja, de acordo com o calendário eclesiástico e, na maioria dos casos, uma única vez. A genialidade da obra de Bach, entretanto, foi preservada quando o interesse por ela ressurgiu no século XIX, através de compositores como Mendelssohn e Brahms.
No caso da Paixão Segundo São João, há registro de quatro apresentações dirigidas por Bach em Leipzig, a última delas no ano anterior ao de sua morte, e as várias versões e revisões que chegaram até nós impossibilitam um consenso quanto às intenções finais do autor.
Paixão Segundo São João foi composta para coro, orquestra e solistas. Paixão é uma forma musical que descreve os acontecimentos da Semana Santa cristã, com a condenação, sofrimento e morte de Jesus Cristo, sem deixar de dar margem à esperança da ressurreição. O texto, cantado por coro e solistas, é tirado tanto literalmente da Bíblia – no caso da São João de Bach, dos capítulos 18 e 19 do evangelista do título – quanto de textos da época refletindo sobre os fatos narrados.
Três dimensões textuais são alternadas nesta obra. A primeira é a épica, presente nos recitativos do Evangelista, que narra os últimos acontecimentos da vida de Cristo. A segunda, dramática, aparece também em recitativos, quando os personagens bíblicos da Paixão falam diretamente – Jesus, Pilatos, Pedro, um servo e uma criada – e também a turba, representada pelos coros. Por último, há a dimensão lírica na obra, nas árias, ariosos e corais, que expressam preces pessoais e coletivas. A dramaticidade do enredo é explorada com polifonias intensas e assim, apesar da obra não ser propriamente dramática, a música por si só transmite a impressão de um teatro onde se desenrola uma grande tragédia histórica.

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