30 março 2012

À espera de uma Feliz Páscoa


Todos nós cristãos temos como missão nos comprometermos em celebrar e em proclamar o verdadeiro sentido da Páscoa, uma vez que ela é o coração do Cristianismo, como lembra Bento XVI. Tal situação interpela-nos a ir além de um simples voto de Feliz Páscoa, saudação tão comum nesta época. Uma saudação que, muitas vezes, é dita sem pensar em seu rico conteúdo, o que, por sua vez, a torna vazia.

Páscoa é uma palavra vinda do hebraico, e significa passagem. Num primeiro momento, a passagem de Deus libertando seu povo da escravidão, rumo à liberdade na Terra Prometida (cf. Ex 12). Em segundo lugar, a passagem ocorrida com Cristo, da Morte para a Ressurreição (cf. Mc 16, 1-8). Posteriormente, a passagem realizada por Deus em cada um de nós, de uma vida velha para uma vida nova, por meio de Jesus Cristo, pelo batismo (cf. Rm 6, 1-14). E, ainda, podemos dizer a passagem final deste mundo para a Glória.

A Páscoa cristã é a Ressurreição de Jesus, Sua vitória e a manifestação do Seu poder sobre a morte. A alegria da Ressurreição é parte constituinte da dimensão da nossa fé e da nossa pregação cristã (cf. 1 Cor 15, 14). Portanto, a realidade central é o Cristo ressuscitado, sem a qual tudo desmorona.

No entanto, indubitavelmente, percebemos hoje, uma compreensão e vivência da Páscoa que desvia de seu sentido principal. De fato, somos envolvidos, neste período pascal, por uma grande mobilização do comércio e da indústria, da mídia e da imprensa, cuja finalidade é senão obter o lucro. Outro fator desconcertante é conciliar a Páscoa como tempo de descanso e férias, de coelho e ovos de chocolates, enfim, corremos o risco de ficarmos presos às aparências e aos modismos.

Isso não significa rejeitar tantos costumes que, de certa forma, nos ajudam a celebrar a Páscoa. Na verdade, ter em vista este contexto, ajuda-nos a entender a grandiosidade do mistério pascal.

É oportuno tomar consciência do essencial da Páscoa - passagem para o melhor -, afirma o Irmão Nery. A propósito, para nós cristãos há, sem dúvida, a incumbência de nos assemelharmos a Jesus, isso porque Nele somos pessoas pascais. Em outras palavras, esforcemo-nos para que Cristo seja formado em nós (cf. Gl 4, 19).

Por fim, na visão do teólogo Dietrich Bonhoeffer “quem compreende a Páscoa não desespera.” Imbuídos da alegria pascal possamos, repletos de esperança, exclamar que o Senhor Ressuscitou e, desse modo, celebrar e desejar aos nossos irmãos e irmãs uma Feliz Páscoa. 

Ismael Weiduschath


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