03 agosto 2009

Seminaristas dão testemunho de sua vocação


No dia 1º de agosto retornamos ao nosso Seminário para dar início o semestre letivo. Sábado e Domingo à noite visitar em duplas a diversas paróquias de nossa Arquidiocese, onde demos o nosso testemunho vocacional. Domingo pela manhã celebramos a Missa Vocacional transmitida pela TV Barriga Verde. Com isso demos abertura a este mês dedicado às vocações. Postamos também aqui neste blog os nossos testemunhos, para que possamos partilhar com todos vocês nossa vida e nossa história vocacional:

Deivide Tiago Tomasi (1º ano):
Meu chamado começou quando participava da Infância Missionária em minha comunidade. Foi nesta experiência de Igreja que eu tive meu despertar vocacional. Ouvia atento aos testemunhos dos seminaristas que trabalhavam na Infância Missionária e comecei a me interessar por aquela vida; partilhei com um deles que estava pensando em ser padre, mas não recebi nenhum encorajamento ou motivação. Depois de um tempo entrei no Grupo de Coroinhas e lá tive mais contato com a Santa Missa, conheci melhor a liturgia e cada vez me interessava mais na figura do sacerdote, dos gestos dele, da celebração, e sentia que era isso que eu buscava. Foi aí o meu primeiro ardor no coração, quando senti o meu chamado ao sacerdócio.
Anos mais tarde vim a conhecer o Seminário de Azambuja e ali participei do Convívio Vocacional, do Encontrão e ,por fim, do Estágio Vocacional, quando me decidi a entrar no seminário. No seminário de Azambuja foi um tempo de descoberta e aprofundamento da minha vocação, também foi o tempo em que amadureci a minha resposta ao Senhor. Agora estou no meu sétimo ano de seminário cursando a Teologia e estou muito feliz e quero muito ser padre.
A Alegria do Senhor seja a nossa força! Amém!

Elizandro Scarsi (3º ano):
Sou filho de João Augusto Scarsi e de Lúcia Guimaraens Scarsi. Tenho dois irmãos, um mais velho e outro mais novo. Sempre gosto de destacar a seguinte opinião: todos os que são chamados a uma vocação específica são homens e mulheres comuns, que vivem numa comunidade e que fazem parte de um povo. “O sacerdote é alguém tirado do meio da comunidade e levado ao seminário para se formar sacerdote e depois de formado é enviado pela Igreja para uma comunidade em missão”.
No capítulo primeiro do livro do profeta Jeremias, Deus fala a ele: “Antes que foste formado no ventre materno eu já te conhecia; antes que nasceste do ventre de tua mãe, consagrei-te; chamei-te para ser profeta das nações”.
Tenho a plena certeza de que comigo não foi diferente o Senhor me consagrou e me chamou também a esta missão de ser sacerdote e profeta das nações. Mas para chegar a esta certeza eu precisei da ajuda de muitas pessoas. Por primeiro os meus pais, que foram aqueles, que orientados pela Igreja, me transmitiram o dom da fé e me ajudaram através do seu testemunho a descobrir cada vez mais a minha vocação. Outras pessoas que contribuíram muito neste processo vocacional foram as minhas catequistas, meu pároco da época, Pe. João Elias Antero, os outros párocos que já trabalharam e o atual pároco Pe. Davi A. Coelho, também o grupo de jovem que eu participei antes de entrar no seminário, os meus catequizandos quando fui catequista, a minha comunidade e os formadores nos diferentes momentos da minha formação ao sacerdócio. Este desejo de ser padre foi aumentando após cada etapa da formação no seminário e por isso hoje eu tenho a certeza de que eu quero mesmo é ser padre para servir a Igreja. Convido você, que leu o meu testemunho vocacional, a procurar responder o teu chamado, pois acredito que você também foi e está sendo chamado por Jesus a ser profeta das nações assim como estou hoje respondendo este chamado que o Senhor me fez um dia!

Ewerton Martins Gerent (2º ano):
Sou natural de Santo Amaro da Imperatriz, e percebo que minha vocação nasceu a partir da minha participação junto com minha família nas missas dominicais. Quando eu era pequeno, participei do grupo de coroinhas e da Infância Missionária. Ajudei um tempo na Igreja, e quando entrei no período da adolescência eu me afastei destas atividades, indo somente às missas dominicais. Depois deste período, comecei a me questionar vocacionalmente. Fui conhecer o seminário. E decidi entrar no seminário da Arquidiocese. Entrei no seminário no ano de 2002, e hoje estou no 2º ano de Teologia.

Kelvin Borges Konz (2º ano):
Nasci em Itajaí, aos 25 de fevereiro de 1988. Sendo o filho mais novo, tenho mais duas irmãs e um irmão. Minha família, embora seja originária do sul do estado, já reside há anos em Itajaí, mais precisamente no bairro Fazenda. Creio que o primeiro fator que influenciou fortemente na minha vocação foi o testemunho de fé recebido em casa. Sempre participávamos da Santa Missa, líamos a bíblia e rezávamos em família. Posso dizer que o meu primeiro “seminário” foi a minha casa, pois foi ali que meus pais me educaram na fé e me ajudaram a dar os primeiros passos no meu discernimento vocacional. Na família já tinha vários parentes padres e religiosas. Porém a quem mais estive ligado e quem foi um grande incentivador de minha vocação, foi com certeza o Padre José Kunz (1917-2005), que era tio de meu pai. Padre José sempre deu um belo testemunho de vida sacerdotal, testemunho esse que marcou toda a minha vida e desde a minha infância chamava-me a atenção.
Que me lembre, desde a tenra infância já pensava em ser padre. Tudo que se referia diretamente a Deus e à Igreja me interessava. Um fato marcante em minha vida foi quando houve uma Missa na “Casa do Peregrino”, instituição dirigida pelas Irmãzinhas da Imaculada Conceição que presta auxílio aos peregrinos. Naquela ocasião, como não havia nenhum coroinha, a Irmã Gaudência Motter me convidou para servir ao altar. Inicialmente eu relutei, pois nunca havia sido coroinha, entretanto ela se prontificou a me ensinar. Ao final daquela Missa, Padre Hélio da Cunha, que era nosso pároco, me convidou para fazer parte do grupo de coroinhas da Paróquia.
A participação no grupo de coroinhas foi fundamental para que eu tivesse esse envolvimento inicial com a comunidade paroquial e fosse aprofundando minha fé e vocação. O pároco, Padre Hélio, muito incentivava as vocações sacerdotais, e isso muito contribuiu para meu amadurecimento na vocação. Também algo que ajudou muito no meu crescimento foi a leitura da vida dos santos, uma vez que seus ricos testemunhos de vida nos impulsionam amar a seguir cada vez mais a Jesus Cristo.
Finalmente em 3 de março de 2002 ingressei no Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, em Azambuja – Brusque. Ali cursei o Ensino Médio, que conclui em 2004, indo para a Filosofia em 2005. Neste ano a etapa da Filosofia que era realizada no Seminário Filosófico Edith Stein, em São José, havia retornado para Brusque. Nossa turma continuou a residir no Seminário de Azambuja e cursava a Filosofia na Faculdade São Luiz. E finalmente em 2008, após concluir a Filosofia, passei para a Teologia, vindo aqui para o Seminário Teológico Convívio Emaús. Sinto-me muito alegre neste caminho rumo ao sacerdócio, e motivado a dar a minha vida pela causa do Reino de Deus, servindo a Deus e a seu povo.

Marcos Decker (2º ano):
Sou natural de Antônio Carlos, paróquia Sagrado Coração de Jesus. Fui criado no interior do município, na comunidade de Vila Doze. Meus pais trabalharam sempre na agricultura e desde criança ajudava. Na parte da manhã ajudava e à tarde estudava no centro de Antônio Carlos voltando à noite, pois além de um trecho de ônibus ainda caminhava mais uns três quilômetros.
Na minha caminhada de fé, tenho um testemunho fervoroso de meus pais, muito fundamental na descoberta da minha vocação e do chamado de Deus para o sacerdócio. Nunca fui muito engajado na Igreja (corinha, leitor...), mas freqüentava com muita alegria, com meus pais, as celebrações nos finais de semana (não havia durante a semana) e a catequese. Apesar da distância até a capela (em torno de cinco quilômetros), nunca reclamei de ir a pé para a catequese.
Deus utilizou-se de um sacerdote missionário para mostrar-me o sinal de seu chamado. Queria ser padre missionário nos meus sete anos de idade. Depois fui sendo motivado pelos meus pais, catequistas e amigos. Recebi todo o apoio e incentivo possível. Outra pessoa muito fundamental nessa caminhada, foi um seminarista da minha comunidade, Pedro Alcido Philippe (colega atual no terceiro ano de Teologia), que me apresentou ou pouco melhor a vida do seminário e do sacerdote, pois sendo eu do interior possuía pouco conhecimento. Desta forma me foi apresentado o padre diocesano.
Em 2001 foi orientado a participar de um encontrão em Azambuja. Conheci um pouco melhor o seminário. Ali decidi: quero ser padre diocesano! Quero entrar no próximo ano! Então, em 2002, participei do estágio e ingressei no seminário em fevereiro do mesmo ano. Permaneci em Azambuja durante seis anos: três de seminário menor (ensino médio) e três de faculdade de filosofia.
Neste ano de 2009 estou cursando o segundo ano de teologia. Muitos me perguntam: “estás contente no seminário?” Eu repondo: “se não estivesse estaria longe do seminário!”. Portanto, se estamos corresponde ao chamado de Deus, o primeiro sinal é a alegria e a disposição em estar seguindo determinado caminho, no meu caso o caminho do sacerdócio.

Pedro Alcido Philippe (3º ano):
Num mundo em que o descomprometimento e a perda de um referencial de vida se tornam cada vez mais agravante, o assunto que procuro refletir o sentido e a beleza do seguimento de Jesus como sentido de vida e felicidade. Inspirando na experiência daqueles que seguiram fielmente o Mestre. Como estamos celebrando o ano sacerdotal, e justamente o mês vocacional, gostaria de partilhar com vocês um pouco de minha vocação.
Eu, Pedro Alcido Philippe, nascido no dia 09 de dezembro de 1976, em Antônio Carlos, pertencente à Paróquia Sagrado Coração de Jesus, filho de Alcido Pedro Philippe e Maria Schütz Philippe, o mais novo entre os nove filhos da família. Posso dizer que a minha vocação nasceu no berço de minha família, onde todas as noites rezávamos o terço, e aos domingos participávamos nas celebrações. Desde pequeno existe uma inquietação dentro de mim, e estou discernindo este chamado.
Quando freqüentava os meus primeiros dias de aula, a professora perguntou para cada aluno o que gostaria de ser no futuro, dizem que eu teria respondido que queria ser padre. Más com o passar do tempo este chamado ficou um pouco obscuro, pois as situações da vida mudam de rumo. Era de uma família pobre, vivíamos da agricultura, não tive oportunidade de estudar, por falta de interesse, ou precisava ajudar a trabalhar em casa. Com o passar do tempo comecei a trabalhar de empregado; fui jogador de futebol; catequista de perseverança; fiz parte da equipe de liturgia; grupo de jovens; tive uma pequena experiência de namoro; participava do coral da comunidade. Só que isso não aquietava o meu coração.
No ano de 1997, fui à paróquia para conversar com o pároco Pe. Alfredo Junkes, sobre o meu desejo de ingressar no seminário, e justamente nesta semana ele tinha viajado para a sua terra natal: Criciúma. Mas conversei com o secretário Leonilo da Cunha, ele não soube como seria o processo para entrar no seminário. Ele ligou para o seminário e foi dito que poderiam entrar; quem já possuísse o primeiro grau completo. Daí como eu só tinha o primário, resolvi terminar os estudos fazendo o supletivo no CES, Centro de Estudos Supletivos de Florianópolis.
Em novembro de 1999, o diácono Francisco Roque Guesser me levou para participar do convívio vocacional, no seminário de Azambuja, Brusque. Em Janeiro de 2000, fiz o estágio vocacional, e no mesmo ano ingressei no seminário de Azambuja, onde permaneci quatro anos. Ali fui discernindo cada vez melhor a minha vocação com a ajuda dos professores e formadores. No ano de 2004 comecei os estudos do Curso de Filosofia. Estou atualmente cursando o terceiro ano do curso de Teologia no Instituto Teológico de Santa Catarina, e residindo no Seminário Teológico Convívio Emaús. Com este ano de 2009, totalizam-se dez anos que estou no Seminário.
Após uma longa caminhada, posso dizer que tive uma grande aprendizagem, muitas pessoas apoiando incentivando. Estou buscando realizar o chamado que Deus me fez.

Pedro Paulo Alexandre (3º ano):
Meu nome é Pedro Paulo Alexandre, sou natural da comunidade de Vargem dos Bugres do município de Leoberto Leal. Desde criança eu sempre gostei de participar da igreja. Quando eu estava na sétima serie um seminarista chamado Pedro Schlichting, hoje Padre Pedro, visitou a minha comunidade. Ele falou sobre as vocações, e no final me convidou para fazer um cursinho vocacional por correspondência. Foi um cursinho maravilhoso, pude compreender melhor a diversidade de vocações existentes na igreja. Tudo isso me motivou muito, mas acredito que o que mais contribuiu para a minha decisão vocacional, foi quando eu comecei a dar catequese na minha comunidade. Foi neste tempo que eu pude descobrir o quanto Jesus nos ama e quanto Ele conta conosco. Entrei para o seminário no dia 04 de março de 2003 às 18:45 hs. Já estou há sete anos no seminário. Posso dizer com toda certeza que os dias mais felizes da minha vida eu vivi dentro do seminário. Queridos jovens, se você deseja viver algo grande, uma verdadeira historia de amor com aquele que é o Autor do Amor, faça uma experiência no seminário e deixe Jesus te surpreender. Que Deus os abençoe.

Primo Buratto Neto (3º ano):
Desde muito criança sempre falei que queria ser Padre. Ficava encantado com o jeito de ser dos Padres que nos atendiam lá no interior do Paraná, onde morava.
Mas no período de minha adolescência já não falava mais em ser Padre, porque eu tinha medo de enfrentar os longos anos de preparação para o sacerdócio e também em viver o celibato. Com a minha vinda para Roçado, São José, eu me integrei na comunidade e comecei a participar do grupo de jovem e a dar catequese; isso me motivou mais a vontade de ser Padre e viver a vida em dedicação ao povo de Deus. Tomei a decisão de entrar no seminário.
Hoje estou no terceiro ano de teologia, faltam somente um ano e meio para terminar os estudos. Sou muito grato a Deus pela caminhada que estou fazendo para responder ao chamado a vocação sacerdotal. Também deposito em Deus a esperança de chegar lá e servir a Ele.
Jovem não tenha medo de dizer sim a Deus, Ele te dará as forças necessárias para caminhar na fé com Ele.

Rafael Adolfo (1º ano):
O Senhor me falou ao coração, envolveu-me em sua Graça e encarnou-se em minha vida! Não pude omitir em mim aquilo que até eu mesmo desconhecia: o desejo pelo sacerdócio ministerial! Mesmo sem ter feito acompanhamento vocacional, conhecido um seminário, ou ainda, vivido uma relação íntima com o ministério presbiteral, em novembro de 2004, uma força instigou-me profundamente. No ano seguinte, ingressei no Seminário de Azambuja – Brusque.
Costumo observar que três instituições tornaram-se suportes da minha caminha vocacional: 1) o Convento Carmelita do Divino Coração de Jesus, em Palhoça, o qual fundamentou minha vida espiritual, por meio dos encontros pessoais com as carmelitas e dos retiros que lá venho fazendo desde 1999; 2) o Colégio Dom Bosco, em Tijucas, onde cursei o Ensino Médio (2000-2003) e o que, além do crescimento intelectual, contribuiu para a minha formação humana; 3) o Grupo de Jovens Renascer (1999-2003), cujos compromissos e responsabilidades fizeram com que exercesse liderança na comunidade eclesial, exercitando-me nas vias evangélicas da práxis (ação) da dimensão pastoral.
Da mesma forma, três experiências existenciais coroaram e decidiram meu ingresso no seminário: 1) a sensação de finitude, pela qual percebi a fugacidade da vida terrena, com uma exceção: a doação de mim mesmo ao próximo; 2) a persistência em tentar aproximar o jovem da Igreja e o padre dos jovens; 3) e, finalmente, a intervenção fiel da providência e da graça divinas no curso dos acontecimentos na minha vida.
Deus despertou em mim a consciência da minha história vocacional. Houve um momento preciso, o auge dessa caminha até então despercebida, em que o chamado se efetivou. Tratou-se de uma experiência similar a dos discípulos de Emaús, quando algo mais íntimo se me manifestou interiormente e me abrasou forte o coração. O Senhor falou comigo. Eu respondi: quero ficar contigo, Senhor!
Atualmente, estou no Seminário Convívio Emaús – Florianópolis – cursando o 1º ano de Teologia. Embora a questione constantemente, aberto para um amanhã aos cuidados da Providência, nunca houve, durante minha vida no seminário, momentos de dúvida e incertezas sobre minha vocação. Pelo contrário, vem se intensificando meu amor pela Igreja e pelo mistério do serviço no sacerdócio ministerial. O Senhor continua me falando ao coração, envolvendo-me em sua Graça e encarnando-se em minha vida!

Sílvio José Kremer (4º ano):
Dizer sempre “sim a DEUS”.
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15, 16)
Ainda muito pequeno em minha casa com a família, aprendi que vocação é um chamado de Deus e que por isso, se um dia quisesse ser padre eu somente o seria, se Deus de fato me chamasse para ser.
Quero ser padre - O primeiro sim a Deus
Com cinco anos senti pela primeira vez o chamado a ser padre. Entre onze e doze anos senti ainda mais forte esse desejo e por isso, o manifestei para minha mãe que me encorajou e acompanhou até o meu vigário, Pe. Pedro Martendal, para conversarmos a respeito. Essa conversa foi o marco propriamente dito da minha trajetória vocacional. A partir dela, entrei no grupo de coroinhas, comecei a participar do encontrão vocacional paroquial, que acontecia todo primeiro sábado de cada mês na Igreja matriz, conheci o seminário de Azambuja onde mais tarde viveria meus primeiros anos de seminário, participava com minha mãe do grupo das Legionárias de Maria e com quatorze anos, um ano antes de ingressar no seminário definitivamente, tornei-me membro do Apostolado da Oração.
Ingresso no Seminário Menor – O segundo sim a Deus
No dia 19 de Fevereiro do ano de 1999, recebido pelo então diretor espiritual, Pe. Lúcio Espíndola Santos. Entrei no Educandário Nossa Senhora de Lourdes, conhecido como Seminário de Azambuja, onde permaneci durante quatro anos.
Ingresso no Seminário Maior (Filosofia) – O terceiro sim a Deus
No mês de março do ano de 2003, tendo concluído os estudos do seminário menor, iniciei então o curso de Filosofia na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) em Florianópolis. Os anos deste curso foram os mais difíceis anos do meu caminho vocacional. Vivi longos e profundos questionamentos pessoais; quem eu era? o que eu estava fazendo? porque eu estava fazendo? Esses questionamentos foram companheiros incansáveis desta etapa vocacional. Com o apoio principalmente de minha família, não abandonei o barco e continuei. Dentre todos os meus “sins”, esse de continuar, naquele momento foi o mais difícil sim que até então eu havia dado. Mais difícil que o segundo, em que deixei pai, mãe, família e os amigos para ingressar no seminário.
Ingresso no Seminário Maior (Teologia) – o quarto sim a Deus
No ano de 2006 entrei no Seminário de Teologia Convívio Emaús, onde atualmente moro. Aqui, nesta casa encontrei as respostas aos inúmeros porquês que tanto haviam consumido meus pensamentos e motivações. Com o companheirismo dos formadores, com meu esforço pessoal mergulhei em mim mesmo, na minha história, na história da minha vocação e desde então, o entusiasmo e a gratidão a Deus, tem ocupado um lugar ainda mais especial em meu coração. Aprendi três coisas que considero fundamentais na vida de um vocacionado: 1º) A sinceridade conosco mesmo: muitas vezes Deus chama e fazemos de conta que não é conosco que Ele está falando; 2º) Ter atitude: se eu sinto que Deus me chama, devo segui-lo, devo honrá-lo, devo largar as coisas que eu amo para amá-lo; 3º) Responder sim a Deus, sempre, na alegria e, principalmente na incerteza, porque ela pode estar sendo uma forma, um meio do chamado de Deus.
Esses sins que dei a Deus e que escrevi neste meu testemunho não foram os únicos não! Eles representam milhares de tantos outros sins dados por mim antes, durante esses quase onze anos de seminário e, com certeza, representarão o depois, isto é, servirão para tantos sins que eu ainda darei a Deus que continua a me chamar. A questão é que é preciso dar o primeiro sim. Eu dei o meu. E você, caro amigo (a) blogueiro (a), você já deu o seu primeiro sim a Deus? Dizer sim a Deus é compreender que Deus é quem chama e na liberdade nos convida e ama esperando nossa reposta!
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15, 16)

Tiago Vicente Santana (1º ano):
Chamo-me Tiago Vicente Santana, filho de João Carlos Santana e Clara Voltolini, tenho 23 anos. Sou oriundo da paróquia Nossa Senhora do Desterro, Catedral Metropolitana de Florianópolis. Hoje, desejo testemunhar a você, meu irmão blogueiro, a obra de Deus em minha vida e como discerni o meu chamado.
Quando pequeno, participava raramente da Igreja, geralmente nas santas missas de 7ª dia de alguém conhecido de meus pais. Mesmo não tendo uma experiência eclesial, sentia em meu coração que queria permanecer nela, tornar-me filho amado de Deus e da Igreja, recebendo o sacramento do Batismo. Meus pais queriam que eu escolhesse os padrinhos, pois meu pai não teve um relacionamento de amizade e de amor com os seus padrinhos de batismo. Por isso, não me batizaram quando era criança, mas deixaram-me livre para escolhe-los. Tendo presente este desejo fui batizado aos 9 anos de idade na capela do Hospital Nereu Ramos. Foi um dia lindo, inesquecível, pois a partir deste momento ingressei para a comunidade dos filhos de Deus e não tenho dúvidas que minha vida mudou.
Logo que batizado, comecei a frequentar todos os dias a santa missa na Catedral. Então, senti em meu coração que deveria ser coroinha na catedral metropolitana de Florianópolis e depois na igreja da Imaculada Conceição. No mesmo período, ingressei na catequese para a primeira eucaristia. Durante essa preparação para receber a sagrada comunhão, as catequistas já percebiam em mim sinais de vocação, porém, eu recusava vê-los em mim.
Ao ser crismado, ingressei no movimento Pólen e no Grupo de Oração Jovem Maranathá. A partir disso, assumi a vontade de Deus para mim: ir para o seminário e discernir minha vocação. Ao conversar com o Padre André Gonzaga, disse para ele que tinha medo que meu pai não aceitasse. Ele respondeu para mim dessa forma: "Tiago, a vontade de Deus irá acontecer. Para isso, dobre seu joelhos!". Depois disso, falei para meu pai do desejo, e ele não aceitou. Ficou três dias sem falar comigo. Contudo, fiz o que o padre tinha mandado, e meu pai, depois de um tempo, disse para mim: "Tiago, se esta é tua vocação vá." Com isso, comecei a visitar o seminário de Azambuja, participando de alguns encontros vocacionais. No dia 27 de fevereiro de 2005, ingressei no Seminário Nossa Senhora de Lourdes, em Azambuja. Hoje estou no primeiro ano de Teologia e digo que vale a pena largar tudo para fazer a vontade de Deus. Pense nessa possibilidade, pense nesse chamado de amor.

Wellington Cristiano da Silva (1º ano):
A vocação, enquanto chamado de Deus, se expressa numa relação pessoal e livre com o Transcendente, com o Absoluto. Trata-se de uma relação interpessoal entre o divino e o humano, numa mútua comunicação que exige do ser humano uma resposta concreta. Por ser tão íntimo e misterioso, esse chamado é sempre difícil de ser comunicado e explicado.
A minha vocação particular, diante da intimidade com Deus, foi se configurando e solidificando, com o passar do tempo, na minha vida em família e em comunidade, dentro de um processo constante de discernimento e amadurecimento.
Eu sou natural de Florianópolis, mas fui criado em Governador Celso Ramos pelos meus avós paternos. Eles sempre me incentivaram a participar da vida da Igreja, de forma particular, na minha Comunidade de origem: São Lucas. Uma comunidade simples, humilde, com poucos católicos, mas fervorosa na fé. Foi nessa comunidade, localizada no bairro Jordão – uma localidade predominantemente evangélica presbiteriana – que minha vocação foi se desenvolvendo e amadurecendo.
Com o passar dos anos, fui assumindo e participando mais ativamente das atividades e pastorais da Comunidade e da Paróquia. Foi especificamente, em 2004, numa reunião paroquial da Pastoral Vocacional que senti o chamado de Deus para o sacerdócio, através do convite realizado pelo Pe. Mário José. Esse convite começou, durante dias, a me deixar um tanto inquieto. Nesse período, minha vida já estava bem encaminhada: tinha uma profissão (Técnico em Vigilância Sanitária) e um emprego efetivo (trabalhava na Secretaria Municipal de Saúde no setor de Vigilância Sanitária e Ambiental e coordenava a Vigilância Epidemiológica). Era um trabalho muito gratificante e edificante. Contudo, o convite a assumir um novo caminho me fez renunciar tudo aquilo que eu já havia constituído. Essa decisão me exigiu alguns sacrifícios. Com o apoio da família, dos amigos, da minha Comunidade e da intercessão materna da Mãe de Jesus decidi, de forma consciente e livre, ingressar no Seminário de Azambuja no ano de 2005. Em Azambuja, permaneci durante quatro anos: um ano no Propedêutico e três anos na Filosofia. Hoje estou no primeiro ano de Teologia, no Seminário Teológico Convívio Emaús. Diante de todo esse percurso vocacional, sinto o desejo de continuar perseverando com firmeza na missão. Que Deus me conceda esta graça!

Um comentário:

  1. Deus seja louvado no testemunhos de vocês espero que seja de coração e saibam responder com sinceridade ao chamado. Dificuldades aparecem sim como diz em eclesiatico capitulo 2 e verciculos de 1-6.Mas irmãos persevere no Senhor que é o nosso Pastor. amém assim seja.

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